Big Techs e Inteligência Artificial
- Eduardo Kaze
- 27 de ago.
- 4 min de leitura

A ascensão das Big Techs e a evolução da inteligência artificial (IA) caminham lado a lado há mais de duas décadas. De um lado, empresas que nasceram como startups digitais transformaram-se nos maiores conglomerados tecnológicos do planeta. De outro, uma área de pesquisa outrora restrita a laboratórios acadêmicos consolidou-se como força motriz da economia global. Entre 2000 e 2025, esses dois vetores se cruzaram em marcos históricos que ajudam a compreender o presente — e a antecipar o futuro.
A ascensão das Big Techs
Entre 2000 e 2010, o mundo assistiu ao início da era das redes sociais e do comércio eletrônico. Nesse período, surgiram plataformas que moldariam a vida digital: Facebook (2004), YouTube (2005), Twitter (2006) e Instagram (2010). A Amazon ampliou sua presença com o lançamento do AWS (2006) e do Kindle (2007), enquanto a Apple revolucionou a computação móvel com o iPhone (2007).
Na década seguinte, de 2010 a 2020, as Big Techs se consolidaram como gigantes globais. O Facebook adquiriu Instagram (2012) e WhatsApp (2014), expandindo seu império digital. A Amazon comprou a Whole Foods em 2017, integrando o varejo físico ao digital. A Apple atingiu a marca inédita de US$ 1 trilhão em valor de mercado em 2018, enquanto a Microsoft reforçou sua posição com o Azure e a compra do LinkedIn (2016). O Google, por sua vez, diversificou seu portfólio com iniciativas como Waymo (carros autônomos) e Verily (ciências da vida).
De 2020 a 2025, o domínio das chamadas “Magnificent Seven” — Apple, Microsoft, Nvidia, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla — alcançou novos patamares. Juntas, essas companhias atingiram US$ 17,6 trilhões em valor de mercado até o fim de 2024. A Nvidia, protagonista da corrida por chips de IA, tornou-se uma das empresas mais valiosas do mundo ao atingir US$ 1 trilhão em 2023. O movimento foi acompanhado por projeções de investimentos maciços: só em infraestrutura de IA, espera-se a injeção de US$ 3 trilhões até 2029.
Evolução da Inteligência Artificial
A história da IA remonta a meados do século XX. Nos anos 1950, Alan Turing propôs o célebre Teste de Turing (1950) e a Conferência de Dartmouth (1956) marcou o nascimento oficial da área. Em 1961, o lançamento do Unimate, primeiro robô industrial, inaugurou a aplicação prática em fábricas.
Entre 1980 e 2000, a IA viveu altos e baixos. O chamado “inverno da IA” (1987–1994) reduziu expectativas, mas marcos como a vitória do supercomputador Deep Blue sobre o enxadrista Garry Kasparov (1997) reacenderam o interesse global.
No início dos anos 2000, a tecnologia ressurgiu com aplicações em finanças, saúde e automação industrial. Avanços em aprendizado de máquina e redes neurais profundas pavimentaram o terreno para a próxima fase.
De 2010 a 2020, a IA entrou no cotidiano. Em 2012, o Google lançou o Google Now, precursor dos assistentes virtuais baseados em IA. Dois anos depois, Siri, Alexa e Google Assistant consolidaram a tendência. Em 2015, o Google disponibilizou o TensorFlow, framework de aprendizado de máquina que se tornou referência.
Já de 2020 a 2025, o mundo entrou na era da IA generativa. Em 2022, o ChatGPT, da OpenAI, popularizou o uso de modelos conversacionais, seguido por um investimento bilionário da Microsoft — US$ 10 bilhões — na startup em 2023. Em 2024, Apple, Amazon, Microsoft e Meta anunciaram aportes conjuntos de US$ 750 bilhões em infraestrutura de IA, consolidando a integração entre Big Techs e inteligência artificial.
Dados financeiros e de mercado
O peso econômico das Big Techs é evidente nas receitas bilionárias de 2023: Amazon (US$ 575 bilhões), Apple (US$ 344 bilhões), Microsoft (US$ 211 bilhões), Alphabet (US$ 280 bilhões) e Meta (US$ 117 bilhões). Somados, os números mostram como poucos conglomerados concentram fatias gigantescas da economia global.
Ao mesmo tempo, os aportes em IA reforçam o caráter estratégico da tecnologia. Além dos já citados investimentos de Microsoft e das quatro grandes em 2023 e 2024, as projeções até 2029 — US$ 3 trilhões destinados à infraestrutura de IA — indicam que a próxima década será moldada pela convergência entre poder corporativo e inteligência artificial.
Linha do Tempo:
Ascensão das Big Techs
2000–2010: Início da era das redes sociais e comércio eletrônico.
Lançamento do Facebook (2004), YouTube (2005), Twitter (2006), Instagram (2010).
Amazon expande seu portfólio com Kindle (2007) e AWS (2006).
Apple lança o iPhone (2007), revolucionando a computação móvel.
2010–2020: Consolidação das Big Techs.
Facebook adquire Instagram (2012) e WhatsApp (2014).
Amazon amplia seu domínio com aquisições como Whole Foods (2017).
Apple atinge US$ 1 trilhão em valor de mercado (2018).
Microsoft foca em cloud computing com Azure e adquire LinkedIn (2016).
Alphabet (Google) diversifica com Waymo, Verily e outras iniciativas.
2020–2025: Domínio global e investimentos em IA.
As "Magnificent Seven" (Apple, Microsoft, Nvidia, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla) atingem US$ 17,6 trilhões em valor de mercado até o final de 2024.
A Nvidia alcança US$ 1 trilhão em capitalização de mercado (2023).
Investimentos massivos em infraestrutura de IA, com previsão de US$ 3 trilhões até 2029.
Evolução da Inteligência Artificial
1950–1980: Fundamentos e primeiros avanços.
1950: Alan Turing propõe o Teste de Turing.
1956: Conferência de Dartmouth marca o nascimento da IA como campo de estudo.
1961: Lançamento do Unimate, primeiro robô industrial.
1980–2000: Primeira onda de aplicações práticas.
1987-1994: Período conhecido como "inverno da IA" devido à falta de progresso.
1997: Deep Blue derrota Garry Kasparov no xadrez
2000–2010: Ressurgimento e popularização.
Adoção de IA em setores como finanças, saúde e automação industrial.
Avanços em aprendizado de máquina e redes neurais profundas
Fonte: https://www.wsj.com/articles/startup-valuations-blast-beyond-historic-ipo-market-caps-50dcef93?utm
2010–2020: Transformação digital e IA generativa.
2012: Lançamento do Google Now, assistente virtual baseado em IA.
2014: Início do uso de IA em assistentes pessoais como Siri, Alexa e Google Assistant.
2015: Lançamento do TensorFlow, framework de aprendizado de máquina do Google.
2020–2025: Era da IA generativa e integração com Big Techs.
2022: Lançamento do ChatGPT pela OpenAI, popularizando a IA generativa.
2023: Microsoft investe US$ 10 bilhões na OpenAI.
2024: Apple, Amazon, Microsoft e Meta investem US$ 750 bi em infraestrutura de IA;
Dados Financeiros e de Mercado (2024–2025)
Receitas das Big Techs em 2023:
Amazon: US$ 575 bilhões.
Apple: US$ 344 bilhões.
Microsoft: US$ 211 bilhões.
Alphabet: US$ 280 bilhões.
Meta: US$ 117 bilhões.
Investimentos em IA:
Previsão de investimentos em infraestrutura de IA: US$ 3 trilhões até 2029.
Microsoft investe US$ 10 bilhões na OpenAI (2023).
Apple, Amazon, Microsoft e Meta investem US$ 750 bilhões em IA (2024).



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