Na barriga do monstro

– Pinóquio, senhor? – perguntou Will.
– O boneco que caiu na barriga de uma baleia e só saiu quando acendeu fogo pra que ela o cuspisse.
– Estratégia rudimentar.
– E eficiente.
O Astronauta tirou um cabo do traje e o mergulhou no óleo ao redor.
– Se o monstro respira, ele precisa de oxigênio. E se precisa de oxigênio... –
– ...ele também pode se engasgar – completou Will.
O robô acionou uma faísca. O óleo inflamou-se, azul, tremendo as paredes vivas.
Um rugido atravessou o corpo do monstro — depois, um solavanco.
Tudo tremeu.
– Aí vem! – gritou o Astronauta.
Foram arremessados por uma onda quente, cuspidos com destroços e peixes-engrenagem, voando longe, onde caíram sobre uma duna de areia, envoltos por fumaça. Diante deles, erguia-se uma pirâmide pulsando luz do centro.
“Eis o primeiro sinal de vida inteligente”, disse o Astronauta, indo em direção à entrada do monumento: uma porta onde se observava, para os eu espanto, desenhos variados de diversos seres, entre eles, seres humanos…